quinta-feira, 12 de março de 2009

Diga não ao Mentiroso-Sabichão

orkAo ler o lúdico texto do Sr.Dudz, lembrei de algo que aconteceu comigo essa semana. Nada que tenha tirado minha vida de novo, pois estou na condição de morto-vivo-experimental, mas que me intrigou.

Como ninguém sabe, estou morando em São Paulo, a cidade da "baroa", fazendo cursinho no "Objeto-Ivo". Não tenho como voltar para casa após as aulas porque apesar de ter me mudado para um grande centro, continuo morando no fim do Sistema Solar e dependendo da carona do Tio Rogério Ceni para voltar para casa, porque o maravilhoso transporte público me deixaria próximo ao meu lar, após contadas duas horas sentado em cima do chiclete do banco do busão.

Até os mortos-vivos-experimentais precisam almoçar, então todos os dias eu e mais uma galera que mora em outros cantos longínquos da galáxia, comemos no restaurante do Papai-Noel da Coca-Cola. Toda a rotina corria tranquila, até que surge um ser dos infernos (filha do demo) e diz: "Conheço um restaurante ótimo aqui do lado que é 7,99 o quilo!"

PORRA! 8 conto o quilo??? É óbvio que eu com minha mão turca e mente judia não pensei duas vezes antes de aceitar a proposta. Além do mais, não é todo dia que você almoça em um lugar higiênico, onde ocorre lavagem de dinheiro.


Mentira número UM: "Mineirismo"

Logo alí? Fí duma égua! Duas estações do metrô com sol quente na "carcunda". Mas tudo bem, 8 reais o quilo, vou economizar legal para gastar tudo em doces e birita depois. Vale lembrar que estávamos em um grupo de dez pessoas (mais de três já é quadrilha).

Depois de andar mais do que eu andei quando dei a volta na Ilha Grande, chegamos ao fucking local. Era uma casa arrumadinha, o que me causou um certo estranhamento. Não tinha cara de botecão para ser 7,99 o quilo. Até aí tudo bem, se o lugar é simpático, melhor.


Mentira número DOIS: "Inflação Relâmpago"

ÉÉÉÉÉÉGUA! Que merda é essa de 17,99?? Andei de Atenas até Esparta para comer em um lugar que é mais caro do que onde eu almoço normalmente, que por sinal fica a poucos passos de anão de onde eu estudo?? Fuck! Não dava mais para voltar, então o jeito é comer lá mesmo.



Mentira número TRÊS: "Comida Pré-Mastigada"

Vamos fazer o prato e nos empanturrar, já que não tem outra maneira. "Opa!! Que merda é essa? Vômito?"

*Aponta para uma pseudo-sopa de restos do dia anterior*

Não que eu ligue para fazer um prato balanceado e essas coisas de vogan, mas além da sopa, só tinha fritura. Me senti na pastelaria do chinês, "onde o pastel é mais barato(a)"

Ah, vamos nessa, um dia só não mata.

*Atocha salgadinho, croquete, batata-frita*

Durante o almoço amigável, surge a pergunta que não pode ser deixada de lado diante a vários vestibulandos: "Vai fazer o que de faculdade?"

Respostas: Medicina, medicina, medicina, medicina, medicina, medicina, medicina, medicina....

Eu: Históri...

Menina dus infernu: "ENTÃO PORQUE VOCÊ TÁ FAZENDO CURSINHO?"

Pensamento: "Ah, é? Só medicina presta? Só vocês fazem vestibular né? Quero ver quando todo mundo nesse planeta for médico, quem vai consertar sua TV a Cabo, quem vai fritar sua comida horrorosa que você está comendo e quem vai fazer os desenhos do Pernalonga??"

Minha resposta amigável: "Tem pessoas que não passam no vestibular, então elas fazem cursinho, doutora"

Sabichona! Vai lá! Passa na merda do Vestiba logo, assim você para de encher o saco alheio.

Parafraseando Estamira: "Enfia a distância, o preço, a comida, e o vestibular no meio da sua última estrutura do sistema digestivo"

Pergunte ao Nitro /008

Outra que chegou.

Marina pergunta:

pq os homens nunca param para pedir informação msm qndo eles estao perdidos??


Nitro responde:

Porque nós somos imbecís. Nós homens, temos uma enorme necessidade de se afirmar como "os machos da parada". E, desde os tempos mais primórdios – parafraseando a Unidos do Caralha Quatro –, ser o macho da parada não abrange somente mandar em casa, na mulher etc. É demonstrar suas capacidades para tudo, inclusive de se localizar. Eu creio que isso tenha algo a ver com a nossa antiga necessidade de caça. E pelo mesmo motivo, sendo que não caçamos de verdade desde que inventaram a pecuária, esse nosso senso de localização não funciona tão bem. Mas a babaquice de se mostrar continua. Ou você pensa que é só na frente de vocês mulheres que somos assim? Não, não... Com os amigos, conhecidos, todos.
É uma coisa instintiva, natural.
Assim como vocês não sabem fazer baliza. Mas isso é outra história.

Um abraço

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Referencial

Baliza
ba.li.za

1. modalidade de estacionamento de veículos automotores 2. vagas paralelas ao sentido da via 3. desafio intelectual 4. prática difundida através da cultura automobilística masculina

Na imagem à esquerda, podemos ver o que não é uma baliza.

Diga não ao sabichão!

Não é a primeira vez que acontece, nem será a última. Um dos personagens mais curiosos que a inclusão digital trouxe à nossa sociedade, é o famoso sabichão.
Sabe aquela pessoa que sabe de tudo, inclusive do que ninguém sabe? São truques que ele ensina na mesa de bar, sugestões que ele te dá na fila do mercado. Não importa onde, nem quando, o sabichão sempre vai existir. Seja na formatação de um jovem orkutero, ou de um velho conhecido de sua mãe.

Digo isso pois, minha mãe tem uns amigos que eu vou lhes contar. Cada um mais esperto do que o outro. A última que eles aprontaram foi definitivamente intrigante.

Cá estavamos eu e meu irmão, na sala da nossa casa, curtindo mais um dia quente em Brasília e, eis que chega da rua, nossa mãe. Como sempre fazemos, começamos a conversar sobre qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo.
E quando estávamos falando de como é ruim esse nosso condomínio, que resolveu lavar a caixa d'água justamente hoje, minha mãe nos vem com um supreso: eu vou trocar o número do meu celular. E nós a indagamos, claro. Não é o tipo de coisa que se faz assim, duma hora pra outra. E ela nos disse que iria fazê-lo pois seu número estaria "grampeado".

[pausa para reflexão]

Ok. Moramos em Brasília, centro do poder no Brasil. Aqui não é inpensável a situação, ainda mais para ela que trabalha diretamente com o governo. E não é a primeira vez que isso acontece. Mas o problema não é esse. Quando perguntei a ela, como ela tinha certeza disso, ela me veio explicando que "minha amiga me contou, que ao se digitar um certo código no seu aparelho, aparece um determinado número". E segundo a mesma amiga, que ouviu isso de um colega que trabalha na PF (polícia federal, não prato feito), se o tal número possuír mais de 15 digitos, seu aparelho esta grampeado.
Bom, eu logo em seguida pedi o tal código e o digitei em meu aparelho, que me mostrou uns 17 digitos. OMG estou grampeado! Ok, não é pra tanto.
Muito estranha essa história. Obviamente, não se pode determinar o grampeamento de uma linha assim, tão fácil. Primeiro que, a idéia de grampo não tem muito a ver com essa publicidade toda. Onde, nesse mundo, qualquer pessoa poderia descobrir um dos artifícios mais antigos de espionagem (fora o Chapolin, que estava com fome e foi comer uma banana-microfone)? E nem adianta vir dizer que, a informação veio da PF. Nem adianta.
Eu não tenho nada a ver com a PF, nem nunca tive. E em menos de 5 minutos de pesquisa no pai dos burros moderno, o Google, descobri que na verdade, o tal número é uma espécie de número de série de todo aparelho celular. E que, óbviamente, alguns podem variar e ter mais de 15 números, como é o caso do meu aparelho e o de minha mãe.
Mas não é sobre isso que eu quero falar. Não é esse o foco.

O meu assunto principal é esse amigo que trabalha na PF. E a amiga de minha mãe. E graças a Deus, provei a farsa a tempo de livrar minha mãe desse rótulo. Ela ainda não é uma sabichona.

Lanço com vocês, amigos bolha, uma campanha social, pelo bem da cultura de massa de nossa nação.

Não sei quanto a vocês, mas esse tipo de gente pode prejudicar alguém. Talvez não diretamente, mas acontece. Comigo já aconteceu, várias vezes! E aqui nesse espaço, eu vou contar alguns dos casos mais infâmes de sabichonismo que eu conheço... E se vocês também tem, porque não contar também?
Você pode até não ter pensado nisso antes, mas conhece um sabichão também não?
Não? Então cuidado... Pode ser você.


(durma com esse barulho)