Meu pai costuma dizer que não tenho muita prática pra viver em sociedade. Mas como é a minha mãe a socióloga, eu acho que tá tudo bem.
Hoje, a minha aprontação foi simples até. Cheguei aqui no prédio da empresa que eu trabalho e entrei no elevador. Entrei e encostei no fundo, ouvindo meu iPod, calma e em paz...

Pronta pra me estressar no trampo. Eis que, sinto aquele odor. Sim, AQUELE odor! Quem não aguentou e soltou um baita peidão, no único lugar do mundo em que isso chega a ser um crime contra a humanidade? Ok, vamos relevar. Só que, eu trabalho no 17º andar, até lá, com todas as paradas e demoras pra plebe entrar... Bem, vocês imaginam a demora.
Novamente, o odor se torna intenso. Não basta flatular uma vez, tem que empestiar o ambiente DUAS VEZES? Aí é demais... Decidi procurar o desgraçado, ou desgraçada. Whatever...
Fui fungando, procurando o cheirinho. Do lado, na frente. Atrás não, pois não tinha ninguém atrás.
Amigos leitores, imaginem a cena. Eu, Annezinha, toda linda indo pro trabalho de terninho preto e tal, fungando no ombro do cara da diagonal direita. Claro que, o cara olhou pra trás e, me encarou no olho.
O que eu faço numa situação dessas? Finjo que não fiz nada, ignoro e continuo cheirando... Tantas hipóteses, todas ruins. Mas nenhuma, pior do que o que eu decidi fazer.
- Pois não? - perguntou o cara.
- Ah... Não, nada não. Só gostei do seu perfume! - Lhe respondi com um sorriso idiota na cara.
Tudo bem. Ele virou pra frente. E quando estávamos chegando ao 15º andar que caiu a ficha. Eu disse que gostei do perfume, num ambiente fedendo a pum, fedendo a urubu sem banho?
Agora além de atrevida, eu sou uma tarada cheiradora de peidos. ¬¬
Só me resta torcer pra que não tenha sido ele. Já pensou, ele me procurar no prédio pra me perguntar: e aí, quer dar uma cheiradinha?
Pior que, com a minha sorte, eu não duvido nada.