quinta-feira, 12 de março de 2009

Diga não ao sabichão!

Não é a primeira vez que acontece, nem será a última. Um dos personagens mais curiosos que a inclusão digital trouxe à nossa sociedade, é o famoso sabichão.
Sabe aquela pessoa que sabe de tudo, inclusive do que ninguém sabe? São truques que ele ensina na mesa de bar, sugestões que ele te dá na fila do mercado. Não importa onde, nem quando, o sabichão sempre vai existir. Seja na formatação de um jovem orkutero, ou de um velho conhecido de sua mãe.

Digo isso pois, minha mãe tem uns amigos que eu vou lhes contar. Cada um mais esperto do que o outro. A última que eles aprontaram foi definitivamente intrigante.

Cá estavamos eu e meu irmão, na sala da nossa casa, curtindo mais um dia quente em Brasília e, eis que chega da rua, nossa mãe. Como sempre fazemos, começamos a conversar sobre qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo.
E quando estávamos falando de como é ruim esse nosso condomínio, que resolveu lavar a caixa d'água justamente hoje, minha mãe nos vem com um supreso: eu vou trocar o número do meu celular. E nós a indagamos, claro. Não é o tipo de coisa que se faz assim, duma hora pra outra. E ela nos disse que iria fazê-lo pois seu número estaria "grampeado".

[pausa para reflexão]

Ok. Moramos em Brasília, centro do poder no Brasil. Aqui não é inpensável a situação, ainda mais para ela que trabalha diretamente com o governo. E não é a primeira vez que isso acontece. Mas o problema não é esse. Quando perguntei a ela, como ela tinha certeza disso, ela me veio explicando que "minha amiga me contou, que ao se digitar um certo código no seu aparelho, aparece um determinado número". E segundo a mesma amiga, que ouviu isso de um colega que trabalha na PF (polícia federal, não prato feito), se o tal número possuír mais de 15 digitos, seu aparelho esta grampeado.
Bom, eu logo em seguida pedi o tal código e o digitei em meu aparelho, que me mostrou uns 17 digitos. OMG estou grampeado! Ok, não é pra tanto.
Muito estranha essa história. Obviamente, não se pode determinar o grampeamento de uma linha assim, tão fácil. Primeiro que, a idéia de grampo não tem muito a ver com essa publicidade toda. Onde, nesse mundo, qualquer pessoa poderia descobrir um dos artifícios mais antigos de espionagem (fora o Chapolin, que estava com fome e foi comer uma banana-microfone)? E nem adianta vir dizer que, a informação veio da PF. Nem adianta.
Eu não tenho nada a ver com a PF, nem nunca tive. E em menos de 5 minutos de pesquisa no pai dos burros moderno, o Google, descobri que na verdade, o tal número é uma espécie de número de série de todo aparelho celular. E que, óbviamente, alguns podem variar e ter mais de 15 números, como é o caso do meu aparelho e o de minha mãe.
Mas não é sobre isso que eu quero falar. Não é esse o foco.

O meu assunto principal é esse amigo que trabalha na PF. E a amiga de minha mãe. E graças a Deus, provei a farsa a tempo de livrar minha mãe desse rótulo. Ela ainda não é uma sabichona.

Lanço com vocês, amigos bolha, uma campanha social, pelo bem da cultura de massa de nossa nação.

Não sei quanto a vocês, mas esse tipo de gente pode prejudicar alguém. Talvez não diretamente, mas acontece. Comigo já aconteceu, várias vezes! E aqui nesse espaço, eu vou contar alguns dos casos mais infâmes de sabichonismo que eu conheço... E se vocês também tem, porque não contar também?
Você pode até não ter pensado nisso antes, mas conhece um sabichão também não?
Não? Então cuidado... Pode ser você.


(durma com esse barulho)

3 comentários:

Álvaro Marcolino disse...

Apoiado! Eu até dediquei um post à campanha.

Anônimo disse...

apoiado...
o pior sao os emails q os sabichoes mandam tipo o do menino das drogas ou o do absorvente interno ou outros classicos
ps: eu já recebi um falando sobre esse numero grampeado

Peps Tavares disse...

Ah... o bom e velho SPAM.....