Maldito calendário

Prazos, prazos, prazos. Quando se é publicitário, esse vira seu maior temor. Sempre há um prazo a ser cumprido.

- Eduardo, falta terminar o leiaute.
ou
- A diagramação não tá bem resolvida.

E nem adianta contra-argumentar.

- Ficou bom, mas essa cor...
- Que que tem essa cor?
- Não tá dando o clima. Não tá soando harmonicamente.
- Harmonicamente? Essa é a cor que você pediu, no lugar da que eu tinha escolhido na tabela de compatibilidade em escala, no processo gráfico que você pediu!
- Hã? Desculpa, eu tava olhando o pombo ali na janela.
- Mufugrlmumnhmnm (*Grunidos indistintos)

Não adianta, muitas vezes você se depara com situações como essa. Onde seu chefe não sabe mais do que você, aliás, é uma mula. Mas é seu chefe, oras bolas. Fazer o que?
Eu me lembro de um prazo que eu tive, de uma semana pra terminar um leiaute inteiro de site. E mal começou a segunda-feira, já se instaurava no ar, um clima fúnebre. Eu já havia acionado o seguro do carro e meu irmão. Pois eu não tenho seguro de vida. Então se eu morrer, meu irmão vai me dropar no carro e jogá-lo de um penhasco pra receber a grana do seguro, e aí então, vai me comprar uma guitarra de mais de R$ 10.000, que eu ainda não sei como vou poder usar, estando morto.
Mas enfim, o que interessa é que, eu tinha um prazo, que se apertava cada vez mais. E lá estava eu, varando a quarta-feira na agência, seguida da quinta. E na sexta, o imbecil, digo... Chefe chegou e viu o leiaute.
- Hum... Gostei! Ficou bom! Tá com uma cara de clean, de básico e justo.
- Sério? Gostou? Nossa, e eu que pensei qu...
- Mas essa cor...

Malditos sejam os chefes. Parafraseando um grande filósofo da cultura brasileira:
eu prefiro ter um filho viado, do que um filho chefe.